sexta-feira, 22 de junho de 2012

DICAS PARA O TRABALHO COM ALUNOS DE BAIXA VISÃO

Recomenda-se a utilização de:

1) lápis 6B ou com grafite escuro;

2) hidrocor ou caneta esferográfica preta;

3) papel branco com pautas ampliadas e/ou reforçadas em preto;

4) textos ampliados manualmente ou em computador;

5) gravuras simples, com poucos detalhes, contrastes intensos, cores vivas e contornos bem definidos;

6) máximo de contraste: preto sobre branco ou branco sobre preto (no pa-pel e no quadro-de-giz);

7) tiposcópio para leitura (serve como guia-de-linha e destaca o texto);


8) iluminação, preferencialmente, natural;

9) luminária com garras ou de pé, com haste flexível e lâmpadas fluorescentes ou incandescentes;

10) suporte inclinado para material de leitura e escrita.

Observações:

1) evitar papéis brilhosos para leitura;

2) permitir que o aluno sente-se próximo ao quadro-de-giz;

3) as sugestões acima não impedem que também se utilizem recursos ópticos, quando necessário;

4) sugerimos que o aluno seja avaliado por um especialista em baixa visão para que seja feita a prescrição adequada.






 Aluno Fábio demonstrando como  se utiliza a máquina perkins ( máquina braille)


 José Inácio no atendimento
 Aluno Lucas Brito, fazendo uso da Lupa Eletrônica




quarta-feira, 6 de junho de 2012

PAIS MAUS


Jornal - "MISSÃO JOVEM"
Construindo Fraternidade
Quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado e dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queremos pagar”.
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo: Eu os amei o suficiente para dizer-lhes“não”, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso, e alguns momentos até me odiaram. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estamos contentes, vencemos! Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães; quando eles lhes perguntarem se seus pais eram maus, meus filhos vão lhes dizer: “Sim, nossos pais eram maus. Eram os pais mais malvados do mundo.”
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer pão, frutas e vitaminas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne e legumes. E eles nos obrigavam a jantar à mesa, bem diferente dos outros pais que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Eles insistiam em saber onde estávamos à toda hora. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Papai insistia para que lhe disséssemos com quem iríamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, maseles “violavam as leis do trabalho infantil”. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruel. Eu acho que eles nem dormiam à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Eles insistiam sempre conosco para que disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde. O papai, aquele chato, levantava para saber se a festa foi boa só para ver como estávamos ao voltar.
Por causa de nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. Foi tudo por causa deles.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo de tudo para sermos“PAIS MAUS”, como os nossos foram.
Dr. Carlos Hecktheuer
Médico Psiquiatra
Passo Fundo - RS
crhecktheuer@tpo.com.