Relendo o artigo, "Questões de compreensão textual nas aulas de português", de *Karen Sabá, uma amiga, fiz a postagem de seu artigo (com sua permissão, é claro!), que trata sobre questões de compreensão textual e tipologias de perguntas contidas em livros didáticos, perguntas estas, que nem sempre ajudam no desenvolvimento das competências comunicativas dos discentes.
Agora... Vamos a leitura do artigo!
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QUESTÕES DE COMPREENSÂO TEXTUAL NAS AULAS DE PORTUGUÊS
O ponto de partida dessa análise é o texto de Marcuschi (2001) sobre o LDP, pois a leitura deste texto nos levou a refletir sobre os exercícios de compreensão textual, que chegam às salas de aula via livro didático de português (doravante LDP) em sua maioria representado por exercícios de cópias e transcrições dando pouca (ou quase nenhuma atenção) ao que realmente se deseja como compreensão textual. Nossas reflexões foram feitas em um texto-quadrinhos de Maurício de Souza. Exploramos o gênero quadrinhos para mostrar que o professor, na elaboração de uma questão, precisa se preocupar em fazer de seu aluno um leitor e escritor Lerner (2002) diz que, para isso, é necessário que as questões de compreensão textual estejam direcionadas a este propósito.
Sabemos que o sentido literal dos enunciados inclui constantemente informações subentendidas, ainda previsíveis. Tendo por aproximação as informações e as discussões realizadas por Marcuschi em seu quadro teórico dos tipos de perguntas da compreensão da LDP, construímos uma questão baseada no quadrinho de Maurício de Souza. Essa questão foi fruto de uma atividade acadêmico avaliativa cujo objetivo era nos levar a refletir acerca da escolha do livro didático e do como a avaliação crítica do professor sobre um dos seus instrumentos de trabalho - em algumas salas de aula até o mais importante (quando não o único) - adotado pelo professor nas aulas de português.
A atividade chamou tanto a nossa atenção que nos aventuramos a escrever esse texto que é uma tentativa de reflexão acerca do uso do livro didático nas salas de aula, mais principalmente, sobre o tratamento que vem sendo dispensado pelo professor as questões que envolvem o item compreensão textual nos LDP. Para isso, foi construída a seguinte questão de compreensão.
Com base nos quadrinhos de Maurício de Souza reescreva as falas e escreva conforme a norma culta:
A questão elaborada a partir dos quadrinhos de Maurício de Souza reflete uma tendência muito comum nas aulas de português, quando se trabalha com a língua em uso, querer voltar-se para a norma culta para o ensino da língua padrão, pois ao se corrigir o modo de falar da personagem Cebolinha, demosntra-se uma preocupação com a norma e uma despreocupação com a compreensão textual. A questão é um exemplo típico de questões encontradas em LDP. Com esse tipo de questionamento, o máximo que se consegue em uma aula é a desvalorização das habilidades dos alunos de compreender aquilo que de fato a leitura dos quadrinhos informa: o fato de o Cebolinha que ser bom desenhista.
Para Marcuschi (2001, p.51) ), o fato é
“Que a escola trata de um falso dilema a discussão de se é mais importante”.
saber gramática ou saber o que foi que alguém quis dizer com o que disse. O
dilema: “gramática ou texto?” é um falso dilema. Não se vai longe sem gramática e não se usa a gramática a não ser para produzir textos. É desastroso para alguém se não souber distinguir entre o uso de “ao encontro de” e “de encontro a”, pois correrá o risco de dizer o contrário do que deseja, mas é igualmente desastroso se ele não conseguir entender minimamente os contratos que assina ou as instruções de uso dos aparelhos que compra”.
O autor não se vai longe sem gramática, mas não devemos usá-la sozinha. A questão elaborada, na categorização de Marcuschi, é denominada de cópia, pois o único trabalho do aluno será copiar, transcrever, isto é, passar para a norma culta. Foi proposital a elaboração da questão, esperamos com ela ter provocado naqueles que trabalham ministrando aulas de português a reflexão sobre como e o porquê se ensina a língua portuguesa, pois é urgente que o ensino da língua seja refletido pela comunidade geral e também pelos que fazem direta ou indiretamente a educação.
Na condição de educador em formação e de formadora, presenciamos muitos professores trabalhando com questões cópias, retiradas dos LDP (não estamos aqui condenado o LDP, tampouco fazendo a caça às bruxas). Queremos sim chamar atenção dos professores para o verdadeiro papel das aulas de português: a formação de comunidades de leitores e escritores de vários livros e saibam interpretar desde a propaganda, uma receita e todos os gêneros textuais de seu dia-a-dia.
Bibliografia:
MARCUSCHI, L.A. Compreensão de texto: Algumas reflexões. In: O Livro didático de Português: múltiplos olhares. Dionísio & Bezerra. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. 2007. ______________. Programa de Licenciaturas integradas. Teorias e métodos de leitura. In: Textos selecionados.
*Graduada em Licenciatura Plena em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-Pará.
Artigo publicado no site: www.idepa.com.br Para Marcuschi (2001, p.51) ), o fato é
“Que a escola trata de um falso dilema a discussão de se é mais importante”.
saber gramática ou saber o que foi que alguém quis dizer com o que disse. O
dilema: “gramática ou texto?” é um falso dilema. Não se vai longe sem gramática e não se usa a gramática a não ser para produzir textos. É desastroso para alguém se não souber distinguir entre o uso de “ao encontro de” e “de encontro a”, pois correrá o risco de dizer o contrário do que deseja, mas é igualmente desastroso se ele não conseguir entender minimamente os contratos que assina ou as instruções de uso dos aparelhos que compra”.
O autor não se vai longe sem gramática, mas não devemos usá-la sozinha. A questão elaborada, na categorização de Marcuschi, é denominada de cópia, pois o único trabalho do aluno será copiar, transcrever, isto é, passar para a norma culta. Foi proposital a elaboração da questão, esperamos com ela ter provocado naqueles que trabalham ministrando aulas de português a reflexão sobre como e o porquê se ensina a língua portuguesa, pois é urgente que o ensino da língua seja refletido pela comunidade geral e também pelos que fazem direta ou indiretamente a educação.
Na condição de educador em formação e de formadora, presenciamos muitos professores trabalhando com questões cópias, retiradas dos LDP (não estamos aqui condenado o LDP, tampouco fazendo a caça às bruxas). Queremos sim chamar atenção dos professores para o verdadeiro papel das aulas de português: a formação de comunidades de leitores e escritores de vários livros e saibam interpretar desde a propaganda, uma receita e todos os gêneros textuais de seu dia-a-dia.
Bibliografia:
MARCUSCHI, L.A. Compreensão de texto: Algumas reflexões. In: O Livro didático de Português: múltiplos olhares. Dionísio & Bezerra. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. 2007. ______________. Programa de Licenciaturas integradas. Teorias e métodos de leitura. In: Textos selecionados.
*Graduada em Licenciatura Plena em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-Pará.
Profª Francisca o artigo postado é muito apropriado à proposta do blog, parabéns.
ResponderExcluirSeu blog está muito bom e deixa transparecer a excelente pessoa que você é. Você está fazendo um excelente uso desta ferramenta. Continue asim, postando conteúdos capazes de contribuir com o processo de humanização e cidadania.
Dilson.